A surpreendente ascensão de Tracy Chapman da cena folk de Boston ao estrelato mundial no fim dos anos 1980, com seu premiado álbum de estreia, revelou uma artista disposta a sacudir a cena com uma engajada mistura de folk, rock, pop e soul. Avessa ao sucesso comercial, Chapman dedicou sua voz à luta contra mazelas sociais, como miséria e racismo. • Nascida em 1964 em um bairro operário de Cleveland (Ohio), Tracy Chapman aprendeu sozinha a tocar guitarra. Após concluir o colégio, ela recebeu uma bolsa de estudos para estudar música na Tuffs University. Lá, Chapman se apaixonou pela cena folk rock e por cantores e compositores locais. Ela então passou a tocar suas próprias composições em cafés da região. Nesse período gravou uma demo com o material que se tornou a base de seu primeiro álbum. • Chapman assinou com o selo Elektra em 1987 e, no ano seguinte, lançou o álbum Tracy Chapman, um fenômeno de público e crítica que catapultou a artista aos primeiros lugares das paradas mundiais com as músicas “Fast Car”, “Talkin' Bout a Revolution” e “Baby Can I Hold You”. O álbum rendeu três prêmios GRAMMY à cantora, incluindo o de Artista Revelação. • Mais denso e político que seu antecessor, Crossroads, de 1989, não alcançou o mesmo sucesso comercial, embora tenha sido bem recebido pela crítica. O destaque foi a faixa “All That You Have Is Your Soul”. • New Beginning, de 1995, chegou com a pegada blues do single “Give Me One Reason” e o resultado foi um reinício para a artista, que, apesar de avessa aos holofotes, viu sua carreira novamente deslanchar. O momento MTV revelou o videoclipe da faixa a uma nova geração e a música de Chapman passou a ser tocada nas rádios de todo o mundo. O hit rendeu à artista o GRAMMY de Melhor Canção de Rock de 1997 — um feito e tanto para uma artista que já tinha alcançado status de cult para boa parte da crítica especializada. • Lançado em 2000 e tendo como carro-chefe o single homônimo, seu quinto álbum, Telling Stories, teve grande alcance, sobretudo na Europa, onde Chapman encontrou um público fiel. Ao longo da década seguinte, os álbuns Let It Rain, de 2002, e Where You Live, de 2005, seguiram fazendo sucesso no velho continente. • Socialmente engajada, Tracy Chapman compôs, em 2008, a trilha da produção teatral Blood Knot, de Athol Fugard, cuja temática é o apartheid. No mesmo ano, ela lançou o oitavo álbum, Our Bright Future, indicado ao GRAMMY de Melhor Álbum de Folk Contemporâneo. • Depois de muitos anos longe dos holofotes, Chapman voltou à cena em 2015, apresentando-se no programa de David Letterman com uma bela versão de “Stand By Me”, sucesso de Ben E. King.