The Dark Side of the Moon

The Dark Side of the Moon

The Dark Side of the Moon é um pouco como a puberdade: de um jeito ou de outro, você vai ter que enfrentar. Desenvolvido como uma viagem contínua que explora a natureza humana, o álbum de 1973 do Pink Floyd estabeleceu um novo padrão para o rock e também provou que um álbum de rock com um formato que lembra uma suíte e que trata da natureza humana podia ter lugar no mercado —e assim redefiniu o conceito de música comercial. Se o pop, mesmo na era pós-Beatles, era algo mais leve e vendável, The Dark Side of the Moon era denso e arrojado; se o pop era condensado em obras curtas, The Dark Side of the Moon foi moldado mais como um romance ou uma ópera, em que as faixas se conectam, marcadas pela batida do coração, o som mais humano que existe. Mesmo se comparado a outros álbuns de rock da época, The Dark Side of the Moon representou uma mudança. Ele deixava de lado a extroversão embriagada de bandas como The Rolling Stones e mergulhava em algo mais interno, pessoal, menos divertido, mas significativo. Em outras palavras, se Led Zeppelin IV era um convite para sair, The Dark Side of the Moon convidava para ficar em casa. O fato de o som ser ainda mais grandioso e mais dramático do que o do Led Zeppelin só reforçava a filosofia da banda: que terreno é mais grandioso e mais dramático do que a alma humana? Por mais que o álbum represente um avanço, ele também é parte de uma evolução na qual o Pink Floyd combina sua fase mais experimental (Atom Heart Mother, de 1970, Meddle, de 1971) com clareza e abordagem crítica. A banda explora assuntos relevantes – ganância (“Money”), loucura (“Brain Damage”, “Eclipse”), guerra e fratura social (“Us and Them”) – com uma concisão que torna a mensagem universal. O baterista Nick Mason observou depois que foi a primeira vez que a banda achou que as letras das músicas – todas escritas por Roger Waters – mereciam ser impressas no encarte do álbum. The Dark Side of the Moon é um dos álbuns mais importantes da história do rock, mas curiosamente não tem muito rock. Tem o cool jazz do piano elétrico de Rick Wright, as colagens de sintetizador e spoken word, a música ambient e o dub palpáveis — mesmo quando a banda manda ver (como em “Any Colour You Like” e no lamento extático de “The Great Gig In the Sky”), a ênfase está mais na textura e na sensação do que na alquimia entre os músicos. Sim, o álbum estabeleceu um precedente para viajantes sofisticados e pós-psicodélicos como Tame Impala e o Radiohead de OK Computer, mas também marcou a época em que o rock e o eletrônico se fundiram, um híbrido ainda vibrante mais de 50 anos depois. A música de The Dark Side of the Moon vinha do futuro.

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