Poucos viveram mais intensamente do que 2Pac. Considerado por muitos o maior rapper de todos os tempos, a força da obra dele sobreviveu à sua morte precoce, com apenas 25 anos. O que ele tinha a dizer sobre ser um jovem negro, sem oportunidades e cercado por tipos diferentes de violência nunca se dissipou – porque nunca deixou de ser verdade. É por isso que, até hoje, 2Pac é uma das maiores referências do rap e do hip-hop. • Tupac Amaru Shakur, ou 2Pac, o rei do gangsta rap, nasceu em Nova York em 16 de junho de 1971, filho de integrantes do partido político Panteras Negras. Os talentos para o rap, a escrita e a atuação apareceram na adolescência, enquanto ele estudava na Escola de Artes de Baltimore. Foi lá que ele conheceu a atriz Jada Pinkett, hoje esposa de Will Smith, com quem manteria a amizade até morrer. • Já na Califórnia, com apenas 17 anos, ele morou na casa de conhecidos e conviveu com membros de gangues. A chance de entrar para a música veio com o Digital Underground, um grupo de rap alternativo – uma ponta no single “Same Song” (1990) foi tudo o que ele precisava. • A personalidade e a força criativa de Tupac abriram espaço pra que ele lançasse o primeiro álbum solo, 2Pacalypse Now, em 1991. Cheio de críticas políticas, com denúncias à brutalidade policial e ao racismo, o trabalho não estourou imediatamente, mas escancarou as portas para o rapper. Em 1992, ele encantou críticos com a performance no filme de suspense Juice. • O segundo lançamento solo, Strictly 4 My N.I.G.G.A.Z., de 1993, foi considerado um sucesso comercial, carregado pelos singles “I Get Around”, parceria com Digital Underground, e “Keep Ya Head Up”. Seria o primeiro de três discos de platina que ele conquistaria. • Em 1994, já muito famoso, vieram complicações com a lei. Além de enfrentar um processo de assédio sexual, Tupac foi assaltado e baleado cinco vezes em um estúdio em Nova York. Quando o terceiro álbum, Me Against the World (1995), foi lançado, ele cumpria a sentença na prisão. Da cadeia, ele acusou rappers da costa leste dos EUA de estar envolvidos no tiroteio do estúdio, o que acirrou uma então famosa rivalidade dentro dos Estados Unidos. • Diferentemente dos outros trabalhos, Me Against the World traz um Tupac em tom franco, vulnerável, de quem viu a morte de perto. Foi um álbum de estreias pra ele: com a força de “Dear Mama”, chegaram as primeiras nomeações ao GRAMMY, e o disco chegou ao topo da Billboard. • O apelido Makaveli, que ele passou a usar depois da prisão, foi uma homenagem ao escritor italiano Nicolau Maquiavel, cuja obra inspirou Tupac enquanto ela cumpria pena. • A Death Row Records pagou a fiança em troca de um contrato para futuros lançamentos de Tupac pela gravadora. Em 1996, All Eyez On Me foi o primeiro disco duplo de inéditas de hip-hop da história e teve sucesso imediato. O título contou com a colaboração de Snoop Dogg em três faixas. “I Ain’t Mad At Cha”, com Danny Boy, e a icônica “California Love”, com Dr. Dre e Roger Troutman, são outros destaques. O álbum recebeu título de diamante, a certificação máxima de vendas. • Tupac foi baleado em 7 de setembro de 1996, morrendo seis dias depois, em um hospital em Las Vegas. Envolta em muitos mistérios, a morte do artista nunca chegou a ser solucionada. Isso alimentou diversas teorias de que o rapper não teria morrido, mas forjado a própria morte para viver fora dos holofotes. A internet é cheia de relatos de pessoas que afirmam ter visto Tupac em diferentes ocasiões. • Depois da morte de Tupac, pelo menos dez álbuns de inéditas e coletâneas foram lançados por diferentes gravadoras. O hit “Changes”, por exemplo, estourou em 1998, dois anos após o falecimento do rapper.