Caetano Veloso é o espírito mutante da música popular brasileira, um cantor e compositor que, apesar (ou talvez por causa) de sua aversão a convenções, se encontra no centro da cultura do país há mais de meio século. Nascido Caetano Emanoel Viana Teles Veloso em Santo Amaro da Purificação, Bahia, em 1942, ele cresceu mergulhado nas tradições afro-brasileiras do seu estado natal. Mas foi a bossa nova, que ele conheceu quando era adolescente, que o despertou para o mundo da música. Ainda na Bahia, ele fez amizade com os futuros parceiros musicais Gilberto Gil e Gal Costa, e começou sua carreira após acompanhar sua irmã, a cantora Maria Bethânia, ao Rio de Janeiro. Mais tarde, impulsionado pela cultura jovem global do final da década de 60, Caetano e Gil criaram o Tropicalismo, movimento experimental que uniu rock, cultura popular e psicodelia em um momento de recrudescimento da ditadura militar – o artista chegou a ser preso e se exilou em Londres. Na capital britânica, o cantor lidou com a depressão, mas isso não afetou a sua criatividade inquieta. No exílio e depois de volta ao Brasil, Caetano sempre criou: a delicadeza precisa de seu canto e das suas letras permaneceu constante, mesmo quando ele experimentou com gêneros tão diversos quanto a música popular tradicional e o pós-punk. Ele continuou seguindo a sua musa sem se importar com modismos – na verdade, ele cria moda em vez de segui-la. Fãs influentes como David Byrne e Beck ajudaram a aumentar a sua visibilidade internacional, e, enquanto uma nova geração descobre a sua vasta obra, ele continua a lançar músicas essenciais após mais de 50 anos de carreira.