Chico Buarque é um dos maiores compositores do Brasil, com músicas gravadas pelos mais importantes cantores do país e uma sólida carreira que se confunde com a própria história da MPB. Filho do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista Maria Amélia Cesário Alvim, Chico sempre teve sua casa frequentada por artistas e intelectuais durante a infância e adolescência. Além de cantor e compositor, Chico é autor de cinco peças de teatro, incluindo Ópera do Malandro (1978) e Roda Viva (1968), e de cinco romances, como os premiados Estorvo (1991) e Leite Derramado (2009). Em 1966, “A Banda” venceu o 2º Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, e tornou Chico “a maior unanimidade viva do país”, segundo Millôr Fernandes – mais de 100 mil cópias da música foram vendidas em apenas uma semana. Em 1969, por causa da ditadura militar, o cantor partiu para o exílio em Roma, onde havia morado com os pais na infância. Voltou ao Brasil no ano seguinte, quando lançou “Apesar de Você”, que se tornou um hino de resistência à repressão. No cinema, Chico foi ator e roteirista e compôs dezenas de músicas para filmes como “O Que Será (À Flor da Terra)”, “Bye Bye Brasil” e “A Volta do Malandro”. Boa parte composta no exílio, Construção (1971) foi um marco na carreira de Chico, que traduziu com poesia e pungência o clima do país na época em músicas como “Samba de Orly”, “Deus lhe Pague” e a magistral faixa-título. Fã de futebol e torcedor do Fluminense, Chico montou o time amador Politheama, com o qual joga com amigos há mais de 40 anos – Bob Marley jogou com ele quando veio ao Brasil em 1980. O time tem até hino – de Chico, é claro.