Dificilmente alguém no Brasil conseguiu atravessar 2020, ano em que o país inteiro teve suas portas fechadas devido à pandemia do coronavírus, sem ao menos ouvir falar de Henrique & Juliano. Antes do primeiro semestre acabar, a dupla sertaneja já tinha feito história: o single “Liberdade Provisória” bateu a marca de 1 bilhão de execuções nas plataformas de streaming e foi uma das músicas mais tocadas do ano. A faixa é parte do não menos bem-sucedido Ao Vivo no Ibirapuera – sétimo álbum ao vivo da dupla, gravado no fim de 2019 em São Paulo e lançado no ano seguinte. Um feito e tanto para os irmãos Ricelly Henrique Tavares Reis e Edson Alves dos Reis Junior, que sentiram o gosto do sucesso pela primeira vez com apresentações de covers de sucessos dos Mamonas Assassinas, na cidade natal, a pequena Palmeirópolis, no Tocantins. Foi um começo inusitado para os dois adolescentes que cresceram sob a influência da música sertaneja, distantes dos anos dourados do quinteto de Guarulhos, mas logo Henrique & Juliano voltaram suas atenções para o gênero musical que os levariam ao sucesso. Em 2012, eles se mudaram para Goiânia, terra oficial do sertanejo, e, já no ano seguinte, lançaram o DVD Ao Vivo em Palmas, com hits que marcaram permanentemente a carreira da dupla, como “Mistura Louca”, “Recaídas” e “Não Tô Valendo Nada”. Dali, a escalada ao topo foi rápida, com os irmãos lançando DVDs quase todos os anos e angariando fãs e reconhecimento. O álbum Ao Vivo em Brasília (2014) arrematou um Disco de Ouro, enquanto que O Céu Explica Tudo (2017), um de Diamante. A mística em torno da dupla também contribui para a fama: reclusos, os irmãos vivem em uma fazenda no interior do Tocantins, longe dos holofotes (e sem sinal de celular, como dizem) – o que, para sorte dos fãs, não os impede de continuar lançando sucessos.