Rapper carismático, Snoop Dogg soube multiplicar dinheiro, fama e diversão como nenhum outro artista. Com um gangsta rap irreverente, o californiano já fez de tudo: propaganda, desfile de moda, cinema e até música gospel. Mas foi no hip-hop que ele vendeu mais de 17 milhões de álbuns e se tornou uma das figuras mais influentes do gênero. • Nascido em 20 de outubro de 1971 em Long Beach, na Califórnia, o rapper que viria a ser conhecido pelas letras violentas tinha fama de bom moço na infância. Dedicado aos estudos, o jovem Calvin Cordozar Broadus Jr. trabalhou desde cedo para ajudar a família, cantava e tocava piano no grupo da igreja, mas já atraía atenção por improvisar rap no pátio da escola. • Durante a adolescência, mudou de rumos ao se aproximar do tráfico de drogas, o que resultaria em sucessivas prisões. O californiano só passou a se dedicar à música de forma profissional após uma de suas gravações caseiras cair nas mãos de Dr. Dre. O ex-integrante do aclamado grupo N.W.A. estava preparando seu voo solo e convidou o estreante para participar do single "Deep Cover" e a integrar sua nova gravadora, a icônica Death Row Records. • A colaboração se estendeu para o primeiro álbum solo de Dr. Dre, o emblemático The Chronic (1992): o trabalho foi responsável por popularizar o hip-hop da costa oeste dos EUA e serviu de trampolim para o rapper então conhecido como Snoop Doggy Dogg, que roubou a cena em faixas como “Nuthin' But A G thang” e “Fuck wit Dre Day (And Everybody's Celebratin’)”. • As altas expectativas que pairavam sobre o futuro de Snoop recaíram sobre o seu primeiro lançamento solo – e, não à toa, Doggystyle (1993) é seu álbum de maior vendagem, acumulando mais de seis milhões de cópias. No trabalho, Snoop equilibra letras sobre a violência das gangues com rimas tão banais quanto o mau hálito de um parceiro de noitada que abre a icônica “Gin And Juice”. •Tha Doggfather (1996), o segundo trabalho de estúdio, traz no nome duas das principais características do rapper: um trocadilho infame e a atitude gangsta que o tornou famoso. O álbum é carregado de referências ao funk e ao soul dos anos 80. O trabalho estava prestes a ser lançado quando Tupac Shakur, o 2Pac, amigo próximo de Snoop, foi assassinado. “Outro”, faixa que encerra o trabalho, tem participação do lendário rapper, que assina a música sob o pseudônimo Makaveli. • O falecimento de Tupac teve impacto definitivo na carreira de Snoop e no seu afastamento de grupos ligados à violência – incluindo da Death Row Records, conhecida por seus frequentadores barra-pesada. Na gravadora No Limit Records, firmou seu nome com quatro álbuns que somam mais de 5,5 milhões de cópias vendidas. • A década de 2000 marcou uma virada de imagem. A fama de descontraído, impulsionada por aparições públicas de um rapper claramente alterado, colou nele melhor do que papel de seda. Foi nesse período que ele foi catapultado para o pop com “Beautiful” (2003) e “Drop It Like It’s Hot” (2004), megahits gravados com Pharrell Williams. • “The Next Episode”, parceria com Dr. Dre, Kurupt e Nate Dogg lançada em 2001, cruzou mais de duas décadas em alta como a trilha sonora oficial dos memes de thug life. • Nomeie um artista aleatório e, provavelmente, você vai descobrir uma parceria com Snoop Dogg. Alguns dos mais inesperados são Katy Perry (“California Gurls”), Mariah Carey (“Crybaby”), The Pussycat Dolls (“Buttons”), Jason Derulo (“Wiggle”) e o feat bombástico de Anitta, LUDMILLA e Papatinho (“Onda Diferente”). • Falando em Anitta: em 2022, o rapper subiu ao palco para apresentar a cantora para o público na histórica apresentação no festival Coachella.