Uma das maiores cantoras de sua geração, Nina Simone foi também uma genial pianista e compositora que se recusou a enquadrar sua música em rótulos ou gêneros específicos. Dona de uma técnica impecável, Nina usou seu talento – e ativismo – para entregar produções únicas, que misturavam estilos como jazz, soul, blues, R&B, gospel, pop, reggae e afrobeat. • Nascida Eunice Kathleen Waymon na Carolina do Norte em 21 de fevereiro de 1933, filha de pais ministros da igreja local, Nina Simone demonstrou talento precoce no piano e, ainda criança, passou a tocar nos sermões da sua mãe aos domingos. Uma apresentação para os patrões da mãe, que trabalhava como faxineira, rendeu a Simone aulas com a pianista Muriel Mazzanovich, que ensinou a ela clássicos de Bach, Beethoven, Chopin e Schubert. • Ao terminar o colégio como melhor aluna de sua turma, Nina recebeu bolsa para estudar na prestigiada Juilliard School of Music, de Nova York, mas foi impedida de cursar o famoso Curtis Institute of Music, na Filadélfia – a artista sempre afirmou que foi recusada por racismo. • Em meados dos anos 50, ela começou a se apresentar em bares de Atlantic City, adotando o nome artístico Nina Simone – Nina de "menina", apelido dado por um namorado, e Simone em referência à atriz francesa Simone Signoret. • Ela rapidamente ganhou fãs com sua mistura passional de jazz, blues e uma voz poderosa. Seu primeiro single, “I Loves You, Porgy”, versão da música da ópera Porgy and Bess, apenas aumentou o interesse do público pelo álbum de estreia da artista, Little Girl Blue (1959). • O álbum, Nina Simone At Town Hall, de 1959, é o primeiro de uma série de trabalhos ao vivo, fundamentais para mostrar o lado clássico do piano de Nina Simone associado às influências de soul, jazz, blues e pop da época. As faixas “Trouble In Mind” (1960) e “Nobody Knows You When You're Down and Out” (1965) foram alguns dos maiores hits dessa primeira fase da carreira da artista. • O movimento por direitos civis das pessoas negras, que inflamou os Estados Unidos dos anos 60, refletiu de forma crua na música de Nina Simone. Faixas como “Mississippi Goddam”, “Four Women” e “To Be Young, Gifted and Black” foram verdadeiras trilhas sonoras para as manifestações sociais. Outros grandes hits de Nina que marcaram a década foram “Sinnerman”, “Don't Let Me Be Misunderstood” e sua versão para “I Put I a Spell on You”, de Screamin' Jay Hawkins. • Outra mudança de selo, desta vez para a RCA, em 1967, representou mais uma sutil mudança no som de Nina, que passou a introduzir doses crescentes de soul music em seus trabalhos a partir de Sings the Blues, daquele ano. Seu último álbum pela RCA, o ao vivo It Is Finished, de 1974, marcou o início de um longo período de apresentações por todo o mundo. O próximo álbum de estúdio viria somente em 1978: Baltimore, pelo selo CTI. • Mais quatro anos se passariam até o álbum seguinte, Fodder on My Wings, de 1982. Mais dois registros ao vivo, com destaque para Let It Be Me, de 1987, marcaram o ressurgimento da carreira de Nina Simone na Europa. “My Baby Just Cares For Me”, do seu álbum de estreia, foi usada em um anúncio do perfume Chanel N° 5 e a trouxe de volta às paradas da Europa – e do mundo. • Nina Simone morreu em 21 de abril de 2003, aos 70 anos, após longa batalha contra um câncer de mama.